
Foto: Itailuan dos Anjos / Detran-BA
Os números relacionados a crimes de trânsito em decorrência
ao uso de bebida alcoólica tiveram um crescimento na Bahia na comparação
entre os anos de 2023 e 2024. Os registros foram obtidos durante operações de
trânsito e blitze no estado, conforme levantamento disponibilizado pelo
Departamento de Trânsito (Detran-BA), ao Bahia Notícias.
Segundo os dados, no ano retrasado foram 7 crimes
notificados, quantidade inferior aos 10 compilados em 24, e já estão em 8 em
abril deste ano. Os casos foram registrados em blitze, que também subiram no
estado, indo de 310 para 323 e chegando a 354 realizações em 2025, até o mês de
abril.
É considerado um crime de trânsito em blitz de alcoolemia,
quando o motorista é autuado se for aferido com mais de 0,33 mg/L de bebida
alcoólica.
A quantidade de motoristas que se recusaram a realizar o
teste de bafômetro também esteve em crescente, indo de 3.058 para 3.256 e
alcançou 3.298 em 25. O número de condutores multados por consumir álcool e
dirigir cresceu de 43 para 45 e já atingiu 125 casos do tipo até abril deste
ano.
A prática é descrita no em artigo do Código de Trânsito
Brasileiro, quando o condutor dirige sob influência de álcool ou outra
substância psicoativa que cause dependência.
O Detran ainda divulgou os números relacionados a recusas do
bafômetro 8.083 em 2024 e 3.298. Já as infrações foram de 172 (24) e já são em
125 (25). Em conversa com o Bahia Notícias, o diretor do departamento, Rodrigo
Pimentel, explicou que a recusa aos testes ainda continua em ascensão.
“Na verdade, a questão da alcoolemia, o maior número de
infrações é o recuso ao teste, porque se a pessoa tiver alguma dúvida com
relação ao que ela ingeriu, ela prefere não fazer o teste sob pena de se passar
o índice 0,33mg/l no sangue, ser configurado por crime e ele ser preso em
flagrante. Então, a grande maioria das pessoas optam por não realizar, mas o
STF já entende que é a mesma infração de realizar o teste e dar positivo. Há
uma diferença de questão criminal que não consegue se comprovar apenas com a
recusa”, disse.
O representante contou ainda que, apesar dos números,
enxergou uma certa evolução em não motoristas que estão trocando a direção para
utilizar outros serviços de transporte, a exemplo de carros por aplicativos,
entre outros.
“Nós observamos que existe aí uma melhora gradual no
comportamento da sociedade. Hoje você já vê mais pessoas deixando seus veículos
em casa e quando vai ingerir bebida alcoólica, fazer uso de táxi, ou de veículo
por aplicativo, ou procurar carona, ou escolher o motorista da vez. Nós
observamos que temos uma evolução. Ainda não é o ideal, ainda não tem, por
exemplo, o mesmo efeito da campanha muito bem sucedida de combate ao fumo, ao
tabaco, e também ao cinto de segurança, porém esperamos nos próximos anos a
gente tenha algo parecido com relação a beber e dirigir, como uma conduta que
vai até passar a ser condenada pela própria sociedade”, afirmou.
O diretor ainda comentou acerca da expansão da quantidade de
ações, a exemplo de operações e blitze em diferentes cidades do estado, além da
capital. Ele revelou ainda que houve também uma queda nas internações em
decorrência de acidentes de trânsito.
“A Bahia é um estado muito grande e difícil de visualizar em
todo o seu território. No entanto, nas cidades que a gente intensifica, as
blitze, já é constatado, sobretudo nos hospitais, uma redução no número de
entradas de pessoas oriundas de acidentes de trânsito. O caso mais emblemático
que posso citar é Feira de Santana no Hospital Clériston de Andrade, toda a
direção, registra isso de forma empírica, que quando existe realmente um número
de blitze grande durante três semanas, você tem uma redução significativa dos
pacientes na emergência, sobretudo o motociclista, que é o público mais
vulnerável e que mais realmente gera sequelas e mortes quando são envolvidos em
sinistros”, revelou.
“A gente vem atuando em forma conjunta, estratégica. O
trânsito faz parte do sistema nacional onde você tem os órgãos municipais, os
órgãos estaduais, os órgãos federais, e nós trabalhamos nesse sentido aí de
ampliar a fiscalização, porque já foi constatado isso mundialmente, que a gente
só consegue realmente reduzir esse número, que é grande hoje com
fiscalizações”, completou.