As exportações brasileiras de carne de frango e miudezas recuaram 12,9% em valor e 14,4% em volume no mês de maio, segundo dados da balança comercial divulgados nesta quinta-feira (5). A queda é atribuída ao impacto da gripe aviária, que levou 38 países a imporem algum tipo de restrição sanitária ao produto nacional — de bloqueios totais a limitações regionais.

“Essa pequena redução provavelmente foi um efeito sim dessas suspensões”, afirmou Herlon Brandão, diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), durante coletiva de imprensa.

De acordo com Brandão, o recuo surpreendeu porque o desempenho do setor vinha em alta ao longo dos meses. No acumulado de janeiro a maio, o volume exportado de carnes de aves cresceu 4,1%, e os preços médios, 3,4%, o que resultou em uma alta de 7,7% no valor total exportado no período.

O diretor explicou que os efeitos logísticos retardam o impacto imediato das restrições sanitárias:
“As sanções se materializam na emissão do certificado sanitário, feita no frigorífico. Mas o dado de exportação é registrado no porto, quando a mercadoria é embarcada. Pode envolver carne que já estava estocada, a caminho ou até mesmo no navio”, explicou.

O Brasil confirmou há três semanas o primeiro foco de gripe aviária em granja comercial, no município de Montenegro (RS). Desde então, 38 países passaram a impor restrições aos produtos avícolas brasileiros. Apesar disso, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o foco foi rapidamente controlado e o país deve retomar as exportações normalmente em breve.

No momento, ainda há 12 investigações ativas sobre possíveis novos focos da doença. A maior parte envolve aves silvestres ou de criação doméstica (fundo de quintal), que não impactam diretamente o comércio internacional.

Foto: Divulgação/Freepik

Por: Metro1 no dia 05 de junho de 2025 às 18:50