O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, nesta segunda-feira (9), que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os acusados de tramar um golpe de Estado no país é verídica e que ele "presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles". Ele também confirmou que sua delação premiada foi feita “de forma voluntária” e negou ter sido coagido pela Polícia Federal.

No depoimento, Mauro Cid confirmou a existência de um documento que previa a prisão de autoridades do Supremo Tribunal Federal e do Legislativo. E que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria lido esse documento, e "enxugado" o texto.m"Sim [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto não", detalhou Mauro Cid.

A proposta também previa uma comissão eleitoral: "Eu não me ative muito aos detalhes do documento, mas seria para conduzir uma nova eleição, baseada em uma eleição anulada", relatou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a interrogar, nesta segunda, os oito acusados de integrarem o chamado "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado em 2022. Cid foi o primeiro a ser interrogado, e o depoimento ocorre na Primeira Turma do STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente compareceu pessoalmente ao tribunal para acompanhar o início dos trabalhos.

Foto: Reprodução/TV Justiça

Por: Metro1 no dia 09 de junho de 2025 às 14:52

Atualizado: no dia 09 de junho de 2025 às 16:34