oto: Bel Pedrosa/FĂłrum EconĂŽmico Mundial
O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga avalia que os
gastos pĂșblicos do Brasil estĂŁo "totalmente descontrolados" e propĂ”e
o congelamento do salĂĄrio mĂnimo em termos reais por seis anos âsem aumento
acima da inflaçãoâ para tentar corrigir a rota.
"Uma conta gigante Ă© a PrevidĂȘncia. Precisa de uma
reforma grande. Uma boa e mais fĂĄcil seria congelar o salĂĄrio mĂnimo por seis
anos. O nĂșmero 2 Ă© a folha de pagamento do Estado. O RH do Estado brasileiro
precisa passar por uma reforma radical", disse.
A declaração foi dada durante um painel na Brazil Conference,
evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT.
Arminio admitiu que a medida nĂŁo seria palatĂĄvel ao
presidente Lula, mas endossou a crĂtica Ă polĂtica fiscal. "Congela o
salĂĄrio mĂnimo, que nĂŁo Ă© palatĂĄvel, mas nĂŁo dĂĄ para fazer o salĂĄrio mĂnimo
ficar crescendo 2,5% nessas circunstĂąncias, e reduz os gastos tributĂĄrios em 2%
do PIB. Isso daria uns 3% do PIB, e eu acho que virava o jogo." Ele
afirmou ainda que o Brasil Ă© um "paciente na UTI".
A regra vigente no governo do presidente Luiz InĂĄcio Lula da
Silva (PT) prevĂȘ que o ganho real do salĂĄrio, acima da inflação, continuarĂĄ
atrelado ao crescimento do PIB de dois anos antes, mas nĂŁo poderĂĄ superar a
correção do limite do arcabouço fiscal âque oscila entre 0,6% e 2,5% ao ano.
O valor atual Ă© de R$ 1.518 e o governo prevĂȘ que ele chegue
a R$ 1.627 em 2026, como mostrou a Folha de S.Paulo.
Durante o painel, em que falou a uma plateia formada em boa
parte por estudantes, o economista ressaltou que 80% dos gastos pĂșblicos sĂŁo da
folha de pagamentos da PrevidĂȘncia e dos estados. Segundo ele, esse gasto
deveria ser de 60%.
Na palestra, Arminio disse ainda ter ficado assustado com
declaraçÔes de Trump. "Quando vejo Trump maltratando e humilhando o Canadå
e o México, fico um pouco assustado. Onde é que a gente vai desse jeito?",
afirmou. Segundo ele, os EUA sempre foram uma espécie "estrela guia"
para o resto do planeta e que a perda do "soft power" é uma situação
perigosa.
Por Bahia NotĂcias